Meias de Compressão

Tudo que você precisa saber - Parte 2

Filipe Damasceno // 04 de Julho de 2020

Olá! Tudo bem com você? Vamos iniciar a segunda parte de um artigo bem completo sobre tudo que realmente importa sobre meias de compressão.

Se você ainda não leu a primeira parte, clique aqui para conferir.

Na primeira parte falamos sobre como funcionam as meias de compressão, em quais situações usar e os tipos e tamanhos. Hoje vou falar sobre como calçar e truques que ninguém fala para facilitar sua relação com as meias de compressão.

Eu decidi dividir esse artigo em duas partes para não ficar muito extenso. Deu bastante trabalho escrevê-lo e falo aqui exatamente da mesma forma como oriento minhas pacientes. Então eu espero muito que goste das informações que vou dividir com você. Vamos lá?!

Como você deve usar a sua meia de compressão?

O jeito mais fácil de calçar suas meias de compressão é colocá-las dobradas, e ir ajeitando devagar à medida que for subindo. Depois que calçar ela toda vai ser muito difícil ajeitar as partes mais baixas.

Cuidado também para não puxar demais ao colocar. As meias devem terminar antes das articulações do joelho e virilha, no caso da meia 3/4 e 7/8, respectivamente. Se não for assim, essas regiões irão incomodar bastante ao longo do dia e você não vai aguentar muito tempo (aí não vale colocar a culpa na meia).

As meias de compressão devem ser colocadas logo no início do dia, de preferência (mas não obrigatoriamente) assim que acordar.

Quando dormimos todo o líquido é redistribuído pelo corpo. Por isso o inchaço das pernas é bem menor ou até ausente cedo pela manhã. Dessa forma fica muito mais fácil calçar as meias nessa hora.

Ah, mas eu não posso fazer nada antes?

Claro que sim. Cada pessoa tem sua rotina matinal própria. Você está autorizada a tomar seu banho, preparar seu café e tudo o mais que você faz ao acordar.

Apenas disse que é mais fácil calçar as meias sem que as pernas tenham começado a apresentar qualquer inchaço, que as vezes já começa no momento que você coloca as pernas pra baixo.

O que fazer então?

Nesses casos é possível reduzir o inchaço colocando as pernas pro alto por algum tempo (alguma coisa entre 10 a 20 minutos). Aí sim, pode-se calçar a meia com mais facilidade.

O objetivo ao usar a meia de compressão é usá-la durante o período que se exige mais da circulação venosa, que normalmente é ao longo do dia. Enquanto estamos deitados, o efeito da gravidade sobre a circulação é minimizado, por isso ela deve ser retirada ao deitar, seja de noite ou para tirar aquela soneca mais prolongada.

Outro motivo para não se usar a meia durante o sono é que, se houver algum incômodo em uma região específica, podemos não perceber enquanto estivermos dormindo e acabar fazendo uma ferida na região.

Obs: Às vezes as pessoas levam ao pé da letra a coisa de calçar a meia de manhã e tirar à noite. Nunca é demais falar que se você trabalha de noite ou em horários não habitiais, isso deve ser invertido. A melhor orientação seria: calçar ao levantar e retirar para dormir.

Sim. Já vi acontecer do trabalhador noturno trocar o horário de uso da meia. E não. Não é uma questão de ignorância e sim de má orientação pelo profissional de saúde.


Além do que já comentei no artigo anterior para evitar certos desconfortos ao usar sua meia de compressão, aí vão algumas dicas extras importantes.

Adaptando-se à meia de compressão

Parece que só falei dos aspectos negativos das meias, mas não se engane. As meias de compressão são uma excelente arma no tratamento dos casos que descrevemos lá em cima nas indicações. Os pacientes que persistem e se acostumam ao uso relatam uma melhora dos sintomas fantástica.

PERSISTÊNCIA. Esta é a palavra-chave quando o assunto é adaptar-se ao uso das meias de compressão. No início vai incomodar, esquentar, coçar e qualquer outro desconforto que você queira que apareça. Apenas preste atenção se isso não é uma desculpa da sua cabeça para continuar no mesmo lugar de desconforto. Seja forte!

Não estou dizendo que é o seu caso, mas algumas pessoas adoram ter um problema para se vitimizar.

E não vem com: “mas você não sabe como é, doutor”. Eu mesmo uso meia para prevenção em dias intensos como dias de cirurgia e plantões.

No início talvez você consiga ficar apenas uma hora com a meia. No outro dia 2 horas. E quando menos esperar vai estar usando o dia inteiro sem perceber que estava com elas.

Dicas finais:

Você não precisa virar refém da meia. Use no período de trabalho, que é quando mais se demanda da circulação venosa. Ou num dia mais atarefado, com várias coisas para resolver na rua, como fazer compras ou ir no banco, etc.

E nos dias de lazer, como ficar em casa, ou curtir uma praia ou passeio (desde que não vá ficar andando o dia todo), esqueça que a meia existe. Se você vem usando direitinho, você ganhou esse direito. Lembre-se: PERSISTÊNCIA.

Preciso usar meia de compressão após tratamento de varizes?

Normalmente junto com alguns tratamento de varizes, seu médico vascular pode decidir prescrever uma meia ou qualquer outro método de compressão como faixas ou ataduras.

Mas o objetivo nesse caso é otimizar o tratamento e manter as veias fechadas após uma cirurgia ou em contato por mais tempo com a substância usada enquanto sofrem o efeito do mesmo.

Após algum tempo do tratamento, geralmente não é mais necessário ficar usando a meia. Afinal, se o tratamento foi bem sucedido você não deve estar apresentando mais sintomas com grande intensidade ou até estar livre de sintomas. O mesmo princípio funciona para alguns remédios, no qual após o tratamento, podem ser suspensos.

Mas lembre-se que essa é sempre uma conduta individual e você deve buscar a orientação do seu médico e não suspender a meia ou medicamento por conta própria.


Bom, por hoje é isso. Acho que abordamos com os dois artigos tudo que você precisa saber sobre meias de compressão.

Espero ter ajudado e qualquer dúvida pode fazer contato comigo. Você pode encontrar meus contatos e agendamento online clicando aqui.

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Filipe Damasceno

Cirurgião Vascular Especialista em Tratamento de Varizes e Flebologia Estética. Apaixonado por família, judô e cachorros.

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Cirurgião Vascular especialista em doenças Venosas e Tratamento de Varizes. Natural de Niterói, vive e atua na mesma cidade. Atualizado em diversos cursos na área de Flebologia Estética, que é a aplicação de recursos minimamente invasivos para o tratamento dos sintomas e melhora da aparência relacionados às veias e varizes. Atua em diversos tratamentos como Escleroterapia Convencional e Ampliada, Escleroterapia com Espuma, microcirurgias dentre outros.