A relação entre Covid-19, Vacinas, Trombose, Varizes
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Filipe Damasceno // 22 de Maio de 2021
Olá! Tudo bem com você? A essa altura a maioria das pessoas já sabe que existe uma forte relação entre a infecção pela Covid-19 e casos de trombose.
Também tem se estudado alguns raros casos de trombose relacionados às próprias vacinas. E aquelas pessoas que sofrem com varizes e sabem que elas tem mais chance de trombose têm ficado apreensivas com tudo isso.
Mas será que vale a pena tomar a vacina? Qual a chance de trombose na infecção pelo covid? E na vacina? Hoje vamos conversar tudo sobre a relação entre os temas: Coronavírus, Vacinas, Trombose e Varizes. Vamos lá?!
A grande relação entre a Covid-19 e Trombose
A essa altura a maioria das pessoas já sabe que existe uma forte relação entre a infecção pela Covid-19 e casos de trombose.
Profissionais de saúde que atuam com essa doença já perceberam muito nitidamente a relação e o aumento dos casos de trombose.
Tanto é assim, que muito tem sido dito que a covid-19 é muito mais uma doença circulatória do que respiratória. Já que grande parte dos sintomas respiratórios são causados pela formação de coágulos em vários vasos do corpo, inclusive na microcirculação pulmonar.
O que é trombose?
A trombose acontece quando algo foge do controle do sistema de coagulação e ocorre coagulação do sangue no interior das veias, o que só deveria acontecer quando houvesse uma lesão.
Quando isso acontece, se forma um coágulo (trombo) que interrompe a circulação como se fosse uma rolha. Assim temos as tromboses venosas.
Eu não vou ser repetitivo. Já escrevi um artigo super completo sobre todos os tipos de tromboses. Clique AQUI pra conferir.
Por que a covid-19 causa trombose?
Lá nesse artigo eu explico que basicamente a trombose acontece por 3 motivos (calma que não vou entrar em detalhes):
1. Lesão do vaso
2. Fluxo sanguíneo lentificado (exemplos: pacientes acamados, em pós-operatório ou com dificuldade de locomoção, longas viagens etc)
3. Hipercoagulabilidade: situações que aumentem o número dos componentes da coagulação ou a sua capacidade de se aderir e formar coágulos. Isso acontece em pessoas com alterações genéticas chamadas trombofilias, determinados tumores, tabagistas, obesos, uso de anticoncepcionais, gravidez, etc.
A infecção pelo Covid-19 é capaz de atuar em todas essas 3 causas, da seguinte forma:
A Covid-19 é uma doença que desperta uma inflamação exagerada e em todas as áreas do corpo. Tanto esta inflamação como o próprio vírus, segundo alguns estudos, podem ser responsáveis por lesar a parede dos vasos. Portanto temos o motivo 1 (lesão do vaso).
Essa lesão desperta a cascata de coagulação, que são células e proteínas que tem o objetivo de reparar o vaso e conter possíveis sangramentos. Além disso, a covid-19 por motivos ainda não totalmente esclarecidos, aumenta a capacidade desses componentes se juntarem e formar coágulos. Temos aí o motivo 3 (hipercoagulabilidade).
Em pacientes graves ou que tem restrição de mobilidade pela doença, especialmente hospitalizados em UTI, temos ainda o motivo 2 que é a estase sanguínea (fluxo sanguíneo lentificado).
Por tudo isso, fica fácil entender por que é tão frequente casos de trombose em pacientes com a covid-19 e até vários dias após a infecção.
OBS: Não precisa ficar deseperada pois não será qualquer caso de infecção que tem risco de desenvolver tromboses. É preciso uma reação exagerada que normalmente só se observa em casos graves.
Outros fatores de risco para trombose geralmente também precisam estar presentes. Veja quais são eles no artigo completo sobre as tromboses (clique aqui).
O que a vacina Oxford/AztraZeneca tem a ver com Trombose
Já não é novidade (notícia ruim voa) que também existe uma certa relação entre casos muito específicos de trombose e a vacina Oxford/AztraZeneca.
Essa relação tem causado medo em muitas pessoas que aguardam ansiosamente pela vacina.
Ainda não é totalmente conhecido por que isso acontece, mas os estudos tem seguido para o lado imunológico e genético.
Não é só a vacina da Oxford/AztraZeneca que teve problemas. A vacina da Janssen, uma subsidiária da Johnson & Johnson também teve seus raros casos de trombose.
Porém em ambos esse índice é extremamente raro! A vacina Oxford/AztraZeneca tem relatos de cerca de um caso a cada 175 mil imunizados (risco de aproximadamente 0,0006%).
Na vacina da Janssen foram menos ainda. Menos de um caso por milhão (risco de aproximadamente 0,0001%)
Ainda vale a pena arriscar?
Considerando que as vacinas reduzem o risco de hospitalização, doença grave e morte com uma eficácia entre 70% e 90%, vamos combinar que o benefício de se tomar a vacina supera muito todos os riscos.
Você já sabe mas é sempre bom lembrar. A infecção por covid-19 em casos mais graves, que precisem de internação hospitalar tem risco de trombose elevadíssimo (entre 12 e 21%😱).
Logo não se justifica não tomar a vacina por medo da trombose.😉
Outras coisas que causam trombose e você nunca se assustou.
A pílula anticoncepcional também tem relação com trombose, assim como tabagismo e (pasmem) até a gravidez.
Nem por isso você nunca considerou não ter filhos por conta do risco de trombose, não é verdade?
Algumas estatísticas do risco de trombose:
– Pílula: uma em cada mil mulheres (0,1%)
– Tabagismo: 763 casos por milhão de pessoas (0,08%)
– Gravidez: uma a cada um milhão de gestantes (0,0001%)
Alguns estudos mostram ainda que fumar um único cigarro (eu disse um, 01, one!) tem mais risco de desenvolver trombose do que as vacinas que eu citei. Pelo amor de Deus né?!
DÚVIDAS COMUNS:
Posso tratar varizes após ter tomado a vacina AstraZeneca?
Ainda não há estudos nesse sentido. Porém até o momento nenhum dado indica que exista qualquer problema.
Os casos de trombose após a vacina tem algumas características:
– Maioria aconteceu em mulheres
– Maioria em jovens (entre 20 e 30 anos)
– Todos aconteceram dentro de 15 dias após a vacina.
Portanto, uma conduta pessoal minha é iniciar ou retomar o tratamento das varizes 15 dias após a vacina. Precaução nunca é demais, não é?
Mas ainda não há nenhuma recomendação oficial com relação a isso.
Posso tratar varizes após ter tido Covid?
Mais uma vez, tambem não há estudos aprofundados sobre isso.
Usamos a princípio o tempo estimado de contágio. O tempo de isolamento e de transmissão do vírus é variável e depende da gravidade dos sintomas.
Uma orientação geral nesse sentido é a de que, após 10 a 14 dias a partir do início dos sintomas, se a pessoa estiver bem disposta, sem febre e sem sintomas por pelo menos 24 horas, já é possível sair do isolamento.
Pessoas que passaram por um quadro mais grave, com necessidade de internação, indica que houve mais inflamação. Estes já devem ficar em isolamento por 20 dias, a partir do início dos sintomas. Ao final, deve também estar sem febre e sintomas.
Claro que cada caso deve ser avaliado individualmente. Em casos raros o período para o início de um tratamento pode ser de até 60 dias.
Posso tomar vacina se tenho varizes?
Essa é mais fácil. Tudo bem que as pessoas que tem varizes tem um risco mais alto de trombose. Mas nada justifica arriscar uma doença de grande letalidade e risco de trombose perto de 16% em média por medo da vacina.
Os benefícios da vacina neste caso são infinitamente maiores que o risco. Aqui nem precisa de um estudo pra saber.😅
Aqui na clínica Filipe Damasceno Varizes e Estética Vascular nós seguimos as diretrizes de cuidados para evitar a propagação da Covid-19, como atendimentos espaçados e higienização entre as consultas.
Espero ter ajudado e em caso de dúvida pode fazer contato comigo. Você pode encontrar meus contatos e agendamento online clicando aqui.
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Filipe Damasceno
Cirurgião Vascular Especialista em Tratamento de Varizes e Flebologia Estética. Apaixonado por família, judô e cachorros.
Cirurgião Vascular especialista em doenças Venosas e Tratamento de Varizes. Natural de Niterói, vive e atua na mesma cidade. Atualizado em diversos cursos na área de Flebologia Estética, que é a aplicação de recursos minimamente invasivos para o tratamento dos sintomas e melhora da aparência relacionados às veias e varizes. Atua em diversos tratamentos como Escleroterapia Convencional e Ampliada, Escleroterapia com Espuma, microcirurgias dentre outros.
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