Tudo sobre o LINFEDEMA

Uma importante e temida causa de Inchaço

Filipe Damasceno // 22 de Dezembro de 2021

Olá. Tudo bem com você? Que negócio é esse de linfedema? O que que é isso? Tem a ver com varizes?

Calma… Lembra que eu já expliquei pra você em outro artigo quais são as grandes causas de inchaço nas pernas? (você pode conferir esse artigo clicando aqui)

Uma dessa causas que eu citei lá era o LINFEDEMA. Mas lá eu apenas citei rapidinho o linfedema no contexto do edema ou inchaço.

Mas como esse assunto frequentemente é tema de muitas dúvidas, medos e constantemente aparece nos consultórios do cirurgião vascular, eu senti a necessidade de explicar ele com mais carinho. Daí surge esse artigo aqui!

Então hoje vamos conversar sobre tudo de importante sobe o linfedema. Como surge, cuidados, complicações, tratamentos possíveis e muito mais. Vamos lá?!

O que são os vasos linfáticos?

Aqui vamos ter que explicar algumas coisas antes de entrar no problema.

O nosso corpo tem 3 tipos de vasos, os condutores do nosso sangue ou parte dele (pois é! Aqui já começa a surpresa pois a maioria das pessoas só conhece 2 desses).

Temos as ARTÉRIAS, que levam todo o sangue bombeado pelo coração para todas as partes do corpo. Temos também as nossas conhecidas VEIAS, que são encarregadas de levar o sangue que já alimentou todas as regiões do corpo de volta ao coração para recomeçar o ciclo. As veias que sofrem como você já sabe, com as nossas tão discutidas varizes.

Mas existe um terceiro tipo de vasos, os pouco comentados e lembrados, quase renegados, os LINFÁTICOS. Os linfáticos realizam a drenagem da chamada linfa, que é uma parte líquida do sangue rica em gorduras e células de defesa, e que por isso tem também uma função imunológica.

O que é o Linfedema?

Como ocorre nas veias, quando estas se tornam varicosas e perdem sua função de transportar sangue adequadamente, geram acúmulo de sangue nas partes inferiores das pernas.

Da mesma forma, isso pode acontecer nos linfáticos. Quando algo foge do normal e eles ficam impedidos de transportar a linfa corretamente, este líquido irá acumular-se e infiltrar os tecidos, causando grandes inchaços.

O linfedema nada mais é do que esse edema (forma bonita de falar inchaço) causado pelo acúmulo de linfa em alguma parte do corpo.

Edema de linfa = linfedema

Isso geralmente se observa na região em que os linfáticos foram afetados. Normalmente membros inferiores e superiores. Mas também podem ser observados em qualquer região como pescoço, rosto, abdome, genitálias etc.

Portanto o linfedema não é a doença em si, mas apenas um sintoma de um outro prroblema que causou a disfunção dos linfáticos.

Como o Linfedema se manifesta?

A principal apresentação do linfedema será o inchaço característico, que diferente de outros problemas, geralmente acontece em apenas em uma região que é acometida, como uma perna ou um braço.

Outras causas de inchaço mais comuns (não todas) acometem geralmente as duas pernas. Por exemplo, problemas cardíacos, renais e inclusive as varizes, que podem ser piores em uma perna mas não tão discrepante entre as duas.

Para relembrar outras importantes causas de inchaço, não deixe de conferir esse artigo.

O edema ou inchaço é progressivo, ou seja, tende a piorar com o tempo. Inicialmente é pouco e tende a se resolver colocando as pernas pro alto.

Depois, além da piora do inchaço, ele pode deixar de se resolver com os membros elevados. Com o tempo, o inchaço é tão importante que o edema não regride quando se aperta com o dedo.

Em fases muito avançadas, podem levar a inchaços tão grandes que praticamente deformam o membro, sendo vulgarmente conhecida como “elefantíase“.

Surgem também, muito parecido com o que acontece nas varizes, alterações na pele e nos tecidos abaixo dela, ficando 

inflamada e com relevos, um aspecto conhecido como “casca de laranja”.

Geralmente não causa dor, a não ser em casos de complicações como inflamações, feridas e infecções.

O que causa o Linfedema?

As causas podem ser congênitas (problemas nos vasos linfáticos que já nascem com a pesssoa), mas atenção que mesmo esses podem só se manifestar na adolescência ou vida adulta.

Das causas adquiridas ao longo da vida da pessoa temos, por exemplo, trauma ou lesões que danifiquem os vasos linfáticos. Temos também infecções por agentes que se instalam ou lesam os linfáticos, entre outros.

Essas infecções podem acontecer até mesmo por picadas de insetos.

Existe algum exame para identificar o Linfedema?

Geralmente o linfedema não precisa nenhum exame para ser diagnosticado. As características do edema e o exame físico são suficientes para fechar diagnóstico.

Mas o disgnóstico de outras causas de inchaço que podem estar juntas ou das causas do linfedema, esses sim podem precisar de exames em alguns casos.

Existe tratamento para o Linfedema?

O tratamento do linfedema muitas vezes tem como objetivo apenas a redução do inchaço e melhora da qualidade de vida da pessoa que sofre com ele, pois quase sempre não é possível chegar numa cura.

O tratamento é individualizado e considera aspectos como o local afetado, a gravidade do quadro, além de outras doenças associadas.

Passa por cuidados com a pele para reduzir o risco de infecções, exercícios físicos regularmente, fisioterapia, drenagem linfática e, a parte mais complicada, medidas de compressão como faixas ou meias de compressão.

Tratamentos medicamentosos ou cirúrgicos tiveram pouca eficácia para amenizar esse grave problema.

Infelizmente é um tratamento que exige muita dedicação e persistência e que será realizado por toda a vida!

Complicações e outros problemas associados ao Linfedema

Mesmo o linfedema sendo problema triste suficiente para os portadores, ele também pode ter suas complicações.

Algumas delas são parte do próprio processo de piora do linfedema, quando ele se torna crônico, geralmente pela gravidade da doença ou cuidado inadequado.

Relembrando, em fases muito avançadas, podem levar a inchaços tão grandes que praticamente deformam o membro, sendo vulgarmente conhecida como “elefantíase”. Nesses casos até a locomoção e a higiene ficam comprometidas pelo grande tamanho do membro.

Surgem também, muito parecido com o que acontece nas varizes, alterações na pele e nos tecidos abaixo dela, ficando inflamada e com relevos, um aspecto conhecido como “casca de laranja” (apenas nomes feios né!).

São comuns quadros de infecção como a erisipela, tanto pela inflamação do membro, que causa pequenas fissuras na pele facilitando a penetração de bactérias e fungos, como pela dificuldade de realizar higiene dessas áreas.

Quando são vencidas a capacidade da pele resistir a esse inchaço e processo inflamatório constantes, pode se romper e causar feridas às vezes extensas, semelhantes às úlceras varicosas.

No entanto, mais importante que todas essas características é a grave repercussão e piora da qualidade de vida das pessoas que passam por esse problema. A doença infelizmente causa um grande impacto tanto estético como de saúde para essas pessoas, envolvendo assim também questões psicológicas.

Não passe por isso sozinho! Conte com ajuda psicológica e com um médico vascular para o tratamento e acompanhamento desse problema.


Espero ter ajudado e em caso de dúvida pode fazer contato comigo. Você pode encontrar meus contatos e agendamento online clicando aqui.

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Filipe Damasceno

Cirurgião Vascular Especialista em Tratamento de Varizes e Flebologia Estética. Apaixonado por família, judô e cachorros.

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Cirurgião Vascular especialista em doenças Venosas e Tratamento de Varizes. Natural de Niterói, vive e atua na mesma cidade. Atualizado em diversos cursos na área de Flebologia Estética, que é a aplicação de recursos minimamente invasivos para o tratamento dos sintomas e melhora da aparência relacionados às veias e varizes. Atua em diversos tratamentos como Escleroterapia Convencional e Ampliada, Escleroterapia com Espuma, microcirurgias dentre outros.